O que é polifarmácia?

Em Saúde do idoso por André M. Coelho

Conforme as pessoas envelhecem, o risco de desenvolver condições crônicas de saúde se torna mais comum. Uma consequência do gerenciamento de várias condições crônicas de saúde é o uso diário de vários medicamentos diferentes.

Hoje em dia, os brasileiros mais velhos costumam ver vários médicos, cada um prescrevendo algo novo ou mudando a dosagem, o que apenas aumenta a complexidade de uma situação já desafiadora. Estamos falando dos perigos da polifarmácia.

O que é polifarmácia?

Embora não exista uma definição concreta do termo, a polifarmácia passou a significar o uso de vários (geralmente cinco ou mais) medicamentos diariamente, com a possibilidade de que nem todos sejam clinicamente necessários. As consequências da polifarmácia podem ser perigosas e podem incluir reações adversas a medicamentos e sobredosagem não intencional.

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Um sistema médico complexo cria a polifarmácia, na qual pacientes idosos com múltiplas doenças crônicas tomam vários medicamentos diferentes com várias dosagens, prescritos por muitos médicos diferentes e talvez administrados em mais de uma farmácia.

Idade contribui para a cascata de prescrição

A polifarmácia é conhecida também como cascata de prescrição. As pessoas com mais de 65 anos constituem a cada dia uma parcela maior da população. E usam cada vez uma porcentagem maior de todos os medicamentos prescritos.

Estudos recentes mostraram que a porcentagem de pessoas nessa faixa etária que tomam cinco ou mais medicamentos ou suplementos aumentou mais de 50% nos últimos anos. Ao gerenciar várias condições crônicas, como pressão alta e insuficiência cardíaca, o uso de vários medicamentos costuma ser clinicamente necessário.

A polifarmácia ou cascata de prescrição torna-se problemática quando o motivo do medicamento não é claro, quando o medicamento é tomado para tratar os efeitos colaterais de outros medicamentos, quando a dosagem e o momento são complicados e quando os medicamentos interagem entre si.

Polifarmácia em idosos

A polifarmácia é o usos de vários medicamentos ao mesmo tempo, o que pode causar graves problemas aos pacientes. (Foto: divulgação)

Polifarmácia em idosos pode levar à morte

A polifarmácia aumenta o risco de reações adversas aos medicamentos. Quanto mais drogas, maior o risco de interações medicamentosas. A pesquisa mostrou que os pacientes que tomam de cinco a nove medicamentos têm 50% de chance de uma interação medicamentosa adversa, aumentando para 100% quando estão tomando 20 ou mais medicamentos. A polifarmácia é responsável por quase 1/3 de todas as internações hospitalares e é uma das 10 maiores causas de mortes.

Os medicamentos só são eficazes no tratamento de doenças quando tomados conforme prescrito. Os pacientes que estão tomando vários medicamentos diferentes podem esquecer de tomá-los todos, tomá-los na hora errada ou tomá-los com muita frequência. Como resultado, a condição pode piorar, o tratamento pode falhar, podem ocorrer reações aos medicamentos e os pacientes podem ser hospitalizados – todas situações potencialmente fatais.

Critérios de Beers e outras ferramentas para cuidar dos idosos

Pacientes e cuidadores podem procurar sintomas comuns de reações adversas e interações medicamentosas resultantes da polifarmácia. Os sinais comuns são perda de apetite, diarreia, cansaço ou redução do estado de alerta, confusão e alucinações, quedas, fraqueza e tontura, erupções cutâneas, depressão, ansiedade e excitabilidade. Infelizmente, esses sinais e sintomas também podem estar relacionados à própria doença ou ser consequência do envelhecimento.

Além disso, esteja ciente dos medicamentos mais comumente associados a efeitos adversos e interações medicamentosas. Os medicamentos prescritos com mais frequência são anti-inflamatórios não esteroidais (como o ibuprofeno), medicamentos para pressão arterial, antibióticos e medicamentos usados ​​para tratar a depressão.

A medida mais importante que os pacientes podem tomar para prevenir a polifarmácia é garantir que todos os seus profissionais de saúde tenham uma lista completa e atualizada de seus medicamentos, incluindo as dosagens e quando devem ser tomados. Esta lista deve incluir vitaminas, suplementos e medicamentos que podem ser comprados sem receita. É uma prática excelente que o paciente carregue uma lista de seus medicamentos, atualizando-a sempre que houver uma alteração.

O critério de Beers deve ser usado para escolher os medicamentos, oferendo ao paciente a menor quantidade de efeitos adversos e riscos ao paciente.

Seu farmacêutico pode ajudar também na hora de comparar medicamentos. Antes de comprar qualquer produto ou suplemento, pergunte ao seu farmacêutico se é seguro tomá-lo com outros medicamentos ou com sua condição médica. Os farmacêuticos podem falar diretamente com seu médico para entender melhor por que um medicamento é prescrito e para discutir terapias alternativas com menor risco de interações medicamentosas.

Um sistema médico complexo cria polifarmácia, na qual pacientes idosos com múltiplas doenças crônicas tomam vários medicamentos diferentes com várias dosagens, prescrito por muitos médicos diferentes e talvez preenchido em mais de uma farmácia. Mas há como evitar os danos e proteger sua saúde e dos idosos.

Dúvidas? Deixem nos comentários suas perguntas e iremos responder!

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

A terceira idade chega para todos e é preciso envelhecer com mais qualidade de vida. Preocupado com sua mãe e seu padrasto que estão envelhecendo, André começou a pesquisar mais sobre a qualidade de vida para idosos e compartilhar com seus leitores o conhecimento que está aprendendo para uma terceira idade com muito mais qualidade e saúde.

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